segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O escritor mirim - Oficina 09/10



Oficinas Literárias - Parceria Biblioteca PROPGPEC e Diretoria de Cultura da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa Extensão e Cultura - Colégio Pedro II.

Mariene Lino tem 12 anos (2014), nasceu no Rio Comprido (16/12/2001), Rio de Janeiro. É uma criança muito alegre e questionadora. Além de escrever, ela gosta de desenhar, dançar, nadar, fazer novas amizades. Possui uma memória muito impressionante. Como prova disso, entre suas façanhas, destacamos o hábito de memorizar as placas dos carros dos amigos, os nomes completos das pessoas, os países e suas capitais, letras de música, falas de personagens em filmes… Atualmente a paixão pelos The Beatles despertou o interesse pela língua inglesa. Por isso, estuda, há dois anos, essa língua, apresentando, surpreendentemente, uma boa compreensão inicial da mesma. Na Escola Arte Parlendas, Mariene conheceu Caio Pacheco e o convidou para ilustrar “O som misterioso”. 

No dia 09/10, ela fez uma palestra para as três turmas de quinto ano do Colégio Pedro II, em São Cristóvão. Falou de sua trajetória como escritora e os alunos puderam fazer perguntas sobre a carreira da escritora mirim, o processo de criação e a produção de livros. A organização do evento disponibilizou livros infantís de diversos autores que foram sorteados aos alunos presentes. E ainda, foram sorteados três exemplares do segundo livro de Mariene Lino: "Conversas na geladeira" de brinde.  A escritora estará novamente na Biblioteca da PROPGPEC no dia 31/10 para mais uma realização das Oficinas Literárias 2014





A Escritora Mirim Mariene Lino foi a entrevistada na Coluna Mauro Ventura de 12/10/2014 publicada aos domingos na revista O Globo. Na matéria "Dois sucos e a conta com Mariene Lino" a escritora mirim fala de seus livros e de como incentivar outras crianças a lerem mais e seguirem o mesmo caminho, fala também de suas apresentações, inclusive daquelas feitas no Colégio Pedro II.






sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Ferreira Gullar é eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras

"Gullar é o último grande poeta brasileiro", Vinícius de Moraes, poeta

"Ferreira Gullar se dispôs a transgredir as fronteiras do sistema da língua porque nelas não cabiam a fúria e a intensidade daquilo que se dispôs a expressar", Ivan Junqueira, antecessor de Gullar na cadeira 37

"Gullar é o nosso único poeta maior dos tempos de hoje", Sérgio Buarque de Holanda, historiador.


Por votação quase unânime, a Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu hoje (9) o poeta Ferreira Gullar para a cadeira 37 da Casa, vazia desde 3 de julho, com a morte do poeta e tradutor Ivan Junqueira. Gullar recebeu 36 dos 37 possíveis e foi eleito em primeiro escrutínio. Um voto foi em branco. Votaram 18 acadêmicos presentes e 18 por cartas.
     O maranhense Ferreira Gullar, cujo verdadeiro nome é José de Ribamar Ferreira, nascido em São Luís, em 10 de setembro 1930, é o terceiro poeta a ocupar sucessivamente a cadeira 37. Antes de Ivan Junqueira, ela pertenceu ao pernambucano João Cabral de Melo Neto. A cadeira teve como fundador Silva Ramos, que escolheu como patrono o poeta Tomás Antonio Gonzaga. Seus ocupantes anteriores foram Alcântara Machado, Getúlio Vargas e Assis Chateaubriand.
Nascido em uma família de classe média pobre, Gullar passou a infância entre a escola e a vida de rua, jogando bola e pescando no Rio Bacanga. Aos 18 anos, começou a frequentar os meios literários da capital maranhense. Um ano mais tarde descobriu a poesia moderna, ao ler os poemas de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira.
    Em 1954, Ferreira Gullar lançou A Luta Corporal, livro que o projetou no cenário literário nacional. Os últimos poemas deste livro provocariam o surgimento, na literatura brasileira, da “poesia concreta”, da qual ele foi um dos participantes. Dissidente, passou a integrar um grupo de artistas plásticos e poetas do Rio de Janeiro, denominado neoconcreto.
    São expressões da arte neoconcreta as obras de Lygia Clark e Hélio Oiticica, hoje nomes mundialmente conhecidos. Nesse grupo, Gullar levou suas experiências poéticas ao limite da expressão, criando o livro-poema, o poema espacial e, finalmente, o poema enterrado.
     O último é uma sala de subsolo, a que se tem acesso por uma escada. Após penetrar no poema, o visitante se depara com um cubo vermelho. Ao levantar o cubo, encontra outro, verde, e sob este ainda outro, branco, que tem escrito numa das faces a palavra “rejuvenesça”.
Após afastar-se do movimento neoconcreto, Gullar aderiu à luta política revolucionária, nos anos que antecederam e que se seguiram ao golpe militar de 1964. Membro do Partido Comunista Brasileiro, foi processado e preso na Vila Militar. Mais tarde, teve de abandonar a vida legal. Passou à clandestinidade e, depois, ao exílio.
     Durante o exílio em Buenos Aires, escreveu Poema Sujo, poema de quase 100 páginas, avaliado como sua principal obra. Traduzido e publicado em várias línguas e países, Poema Sujo foi determinante para a volta do poeta ao Brasil.
     Quando retornou, em 1977, foi preso e torturado. Libertado por pressão internacional, retomou seu trabalho na imprensa do Rio de Janeiro e, como roteirista, na televisão.
     O teatro é outro campo de atuação de Ferreira Gullar. Após o golpe militar, ele e um grupo de jovens dramaturgos e atores fundou o Teatro Opinião, que teve importante papel na resistência democrática ao regime autoritário. Nesse período, escreveu, com Oduvaldo Vianna Filho, as peças Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come e A saída? Onde fica a saída? . De volta do exílio, escreveu Um rubi no umbigo, montada pelo Teatro Casa Grande, em 1978.
     Em 2002, Ferreira Gullar foi indicado para o Prêmio Nobel de Literatura. Em 2010, recebeu o Prêmio Camões, o mais importante para autores de língua portuguesa. Instituído em 1988 pelos governos do Brasil e de Portugal, o Camões é concedido anualmente a autores que tenham contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural do idioma.
 
Paulo Virgílio - Repórter da Agência Brasil

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Terror em ilustração infantil - Oficina 08/10

Oficinas Literárias - Parceria Biblioteca PROPGPEC e Diretoria de Cultura da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa Extensão e Cultura - Colégio Pedro II.

A literatura de terror para crianças e jovens tem uma proposta muito mais ampla do que apenas assustar. A função é lidar de forma lúdica com o medo, sentimento que todos nós temos, aprendemos a conviver e muitas vezes esconder para não demonstrarmos fraqueza. De maneira segura e saudável o medo é trabalhado, tendo os monstros (figuras ameaçadoras e perigosas) como representações do que deve ser temido.
O monstro, por mais terrível e assustador que seja, na literatura para crianças será derrotado no final da história, mostrando assim que o herói é forte e corajoso o sufi ciente para lutar contra a criatura. O leitor, ao final da obra, se apropria das mensagens que são carregadas em cada texto, apreendendo valores. Assim, superando o medo, surge a coragem e a vontade de se superar, de ser mais forte para enfrentar perigos cada vez maiores.
Muito se discute se seria realmente necessário contar histórias de terror para crianças e jovens leitores, mas a oficina procura mostrar a importância que elas carregam. Em literatura infanto-juvenil a fantasia e a distorção da realidade dão o tom da história de terror. Devemos sempre lembrar que a literatura, não apenas a de terror, ajuda a criança ou o jovem a lidar e até mesmo por vezes solucionar problemas da vida real.

O palestrante Felipe Campos desde pequeno se interessa por livros e ilustração. Começou a pesquisar criaturas fantásticas, principalmente os monstros que costumam assustar as pessoas. Hoje tem uma coleção considerável de obras que abordam o tema, se considera um estudioso de criptozoologia - o estudo de espécies animais lendárias, mitológicas, hipotéticas ou avistadas por poucas pessoas, incluindo também o estudo de ocorrências de animais presumivelmente extintos – e agora pretende compartilhar o conhecimento adquirido através de anos de dedicação aos textos e artigos com os outras pessoas interessadas no tema. 
É formado em Gravura e especialista em Literatura Infantil e Juvenil, ambos os cursos ministrados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É ilustrador dos livros A lenda do lago negro (CEditora), Bebê Auê (Editora Multifoco), Tem um Juve no meu lustre (Editora Duna Dueto), Tempo de infância - Música e movimento (MAR DE IDEIAS Navegação Cultural), Nas asas da imaginação (InVerso), Menina Melina (InVerso), Os monstros são um povo engraçado (Duna Dueto) e Excursão ao Parque do Terror (MAR DE IDEIAS Navegação Cultural). Já expôs suas aquarelas e gravuras em bibliotecas populares do Rio de Janeiro. Tem como tema principal de pesquisa o terror para o público infanto-juvenil, tendo contos de fadas, literatura fantástica, folclore de vários países, cultura pop, histórias em quadrinhos e filmes como referências

Prêmio Nobel de literatura 2014 vai para o francês Patrick Modiano


O Prêmio Nobel de Literatura de 2014 ficou com o francês Patrick Modiano, 69. Filho de um judeu de Alexandria e de uma comediante belga que se conheceram durante a ocupação nazista na França (1940-44), Modiano teve ressaltada pela Academia Sueca a sua habilidade de trabalhar com a memória e de resgatar esse período sombrio da Segunda Guerra Mundial. Décimo primeiro francês a conquistar o prêmio, o escritor vai receber 8 milhões de coroas suecas (2,67 milhões de reais).

"O vencedor do Nobel de Literatura este ano é o francês Patrick Modiano, pela arte da memória, com a qual evocou os destinos humanos mais incompreensíveis e descortinou ao mundo a vida na ocupação", diz o texto do anúncio oficial da Academia Sueca feito às 13h em Estocolmo (8h no horário de Brasília). Modiano costuma dizer que sua memória teve início antes de seu nascimento, em referência à relação de seus pais, amantes clandestinos em um território ocupado.

Autor de livros como Dora BruderMeninos Valentes, Ronda da Noite e Do Mais Longe do Esquecimento, lançados no Brasil pela Rocco, Modiano é muito popular na França, onde é considerado um dos autores mais importantes da atualidade. Vive em Paris e faz da cidade cenário recorrente em seus textos. Já na língua inflesa, segundo o site do jornal britânico The Guardian, ele não tem tradução.
“Modiano tem cerca de 30 livros, a maioria romances. São obras muito curtas que se constituem em variações de um mesmo tema, a memória da perda, a relação entre identidade e memória”, disse o escritor e historiador sueco Peter Englund, secretário da Academia Sueca, em entrevista após o anúncio do prêmio. "São livros curtos e pequenos, não são difíceis de ler, você pode ler um à tarde e outro depois do jantar. Mas são muito bem escritos, muito elegantes."

Modiano também tem trabalhos no cinema. Ele aparece como roteirista nos créditos dos filmes Viagem do Coração (2003), de Jean-Paul Rappeneau, Lacombe Lucien (1974), de Louis Malle, Le Parfum d'Yvonne (1994), de Patrice Leconte, e Une Jeunesse (1983), de Moshé Mizrahi, os dois últimos adaptados de obras suas. E, de acordo com o site especializado em cinema IMDB, o autor também atua. Ele apareceu ao lado Catherine Deneuve em Genealogias de um Crime (1997), de Raoul Ruizfilm.

Fonte: Revista VEJA - 09/10/2014 - 08:06


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Da obra ficcional à biografia - Oficina 06/10

Oficinas Literárias - Parceria Biblioteca PROPGPEC e Diretoria de Cultura da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa Extensão e Cultura - Colégio Pedro II.

Dia 06/10 foi ministrada a Palestra/Oficina "Produção literária: da obra ficcional à biografia”, idealizada para os Alunos do Mestrado Profissional em Práticas de Educação Básica e do Programa de Residência Docente, a realização ficou a cargo do escritor Fábio Fabrício Fabretti, natural de Maringá, Paraná. Reside no Rio de Janeiro. É escritor, professor e pesquisador. Trabalhou no CEDOC, Centro de Documentação da Rede Globo de Televisão. Também produziu e debateu em programas como A hora da justiça, na Rádio Band; além de eventos culturais ligados à prefeitura carioca. Na literatura, participou de antologias, colaborou com mídias e possui livros ilustrados no Brasil, Alemanha e França, como O mistério dos livros, a respeito da descoberta da leitura, baseando-se em Clarice Lispector; e O mundo rosa de Amarelino, abordando a diversidade. Prepara-se para lançar Isabelita, a menina dos patins, o primeiro infantil sobre uma drag queen. Estreou na biografia com Caio Fernando Abreu – cartas, como assistente de Ítalo Moriconi e coordenado por Heloísa Buarque de Hollanda. Escreveu a história da atriz Gloria Pires, 40 anos de Gloria, em parceria com Eduardo Nassife. Recentemente lançou a biografia de uma das primeiras atrizes eróticas brasileiras, Jussara Calmon, muito prazer, em comemoração aos trinta anos do cinema erótico nacional. Recentemente lançou Neusinha Brizola sem mintchura, com o jornalista Lucas Nobre, sobre os escândalos da filha do governador. E trabalha na biografia da cantora Gretchen, com o escritor e bailarino Gerson Couto.


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Romance inédito de José Saramago chega às livrarias

El País -  - Madri 23 de setembro de 2014
Com o mar de Lanzarote à esquerda e o jardim de sua casa à frente, debruçados em duas janelas, José Saramago começou a escrever o romance que deixou inacabado e que verá a luz no dia 1 de outubro:Alabardas (Editora Alfaguara). Foi escrito em uma das salas de sua casa, em uma poltrona cor de telha rodeada de tons verdes onde nunca havia escrito um livro antes. Onde –para um tema como o da indústria de armamentos e o tráfico de armas– continuou a exploração de dois rumos literários: mais depuração no escrito e mais senso de humor e ironia.
O Nobel português (Azinhaga, 1922-Tías, Lanzarote, 2010) aborda o negócio armamentista, sim, mas também fala ao leitor, o interpela, conta-lhe uma história e nela lhe pergunta sobre sua posição e responsabilidade moral diante dessa situação. Ou, como diz o poeta e ensaísta Fernando Gómez Aguilera, “põe o dedo na consciência para incomodar, inquietar e depositar no âmbito pessoal o desafio da regeneração: a eventualidade, embora cética, de perceber a alternativa de um mundo mais humano”.

 O romance aborda o negócio
armamentista, sim, mas
também fala ao leitor,
o interpela, conta-lhe uma
história e nela lhe
pergunta sobre sua posição e responsabilidade moral
diante dessa situação
Tudo começou a tomar corpo em 15 de agosto de 2009, depois da publicação de Caim, com a primeira anotação de trabalho: “É possível, quem sabe, que talvez possa escrever outro livro. Uma antiga preocupação (por que nunca houve uma greve em uma fábrica de armas)”. Chegou a escrever três capítulos que deixou em seu computador, com cópias impressas em uma pasta vermelha sobre a escrivaninha. E em outro documento de word deixou esboçada parte da história protagonizada por artur paz semedo que “trabalha há quase vinte anos no serviço de faturamento de armamento leve e munições de uma histórica fábrica de armas”. Um homem separado da mulher, “não porque ele o tivesse querido, mas por decisão dela, que, por ser convicta militante pacifista, acabou não podendo suportar nem um dia mais se sentir ligada pelos laços da inevitável convivência doméstica”.
"Alabardas, Alabardas! Espingardas, Espingardas!", romance contra o tráfico de armas, é a obra póstuma do prêmio Nobel José Saramago publicada nesta terça-feira em sua terra natal e que será lançado dia 27 de outubro  no Brasil,  pela editora Companhia das Letras.